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Acabei de ler no UOL Carros, hoje mesmo, que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que obriga as montadoras de automóveis brasileiras instalarem air-bags duplos em todos os seus carros à venda, tornando-os itens de série. Ela foi proposta inicialmente pelo deputado Eduardo Azevedo (PSDB-MG).

Air-bag é aquela bolsa de ar inflável, que é ativada em caso de colisão frontal. É vitalmente importante, ainda que tenha um curtíssimo ciclo de vida. Generalizando, hoje, o air-bag só é um item de série em carros com preços acima de 50 mil reais. Em carros mais baratos, é um opcional caríssimo e sem liquidez. Brasileiro quer outra coisa ao gastar dinheiro com opcionais.

A lei pode ser extremamente eficiente, mas pensemos que o consumidor brasileiro não valoriza a segurança nos carros (um estudo do UOL Carros comprovou que Preço e Design são os aspectos mais valorizados na compra de um carro. Liquidez e Pós-Venda estão em segundo e terceiro lugares da lista). E não seriam os poucos que, tendo 30 mil reais para gastar, escolheriam opcionais de uso diário – trio elétrico, ar condicionado, direção hidráulica – que saem pelo preço do air-bag duplo, usado teoricamente uma vez na vida; e não disponíveis nos chamados carros “populares”. É mais um aspecto cultural do que financeiro. Não apenas isso, há uma tendência natural de substancial aumento no preço dos carros, que corresponderia a uma enorme porcentagem nos carros mais baratos do país.

Não obstante, muitos afirmam que a propagação de tais equipamentos, pouco difundidos hoje, pouco a pouco baratearão a produção. Sem contar a diminuição no número de acidentes e mortes. Traria enormes benefícios mesmo que a longo prazo.

Os Estados Unidos viabilizaram lei semelhante em 1999 e, na Europa Ocidental, apesar de não haver uma lei que regulamente o uso de air-bag, 95% dos carros novos já vêm com tal equipamento.Considere, entretanto, que o nível de desenvolvimento de tais mercados é outro. Eles já têm o que chamamos de “pacote básico” de equipamentos, já citados no parágrafo anterior.

A conclusão que fica é que na teoria a lei é ótima, mas necessita-se uma análise mais profunda a respeito de nosso mercado, ainda engatinhando a caminho do desenvolvimento. Antes de dar um passo maior que nossas pernas, precisamos evoluir para o básico. Mas, pensando em quantas vidas seriam poupadas com a aprovação dessa lei – que exige que, até 2014, nossas montadoras tenham cumprido a exigência –, fica difícil se manter indiferente e, pior, contra ela. E você, o que acha?

Leia também:
Preço e design contam, mas não decidem sozinhos a compra do carro no país. Disponível em: http://carros.uol.com.br/ultnot/2009/02/08/ult634u3380.jhtm
(Legal comparar também o que o brasileiro valoriza com as preferências dos americanos e europeus. A propósito, a segurança é a coisa mais valorizada pelos moradores do Velho Continente).

Câmara aprova uso obrigatório do air-bag. Disponível em: http://carsale.uol.com.br/noticias/ed101not10563.shtml.

Lei do airbag pode tirar Brasil do atraso na segurança automotiva. Disponível em: http://carros.uol.com.br/ultnot/2008/06/07/ult634u3032.jhtm

1 comentários:

At 23 de março de 2009 às 19:11 Anônimo said...

Considero o ABS bem mais necessário. No atualization more?

 

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