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Comprando carros

Em uma certa aula de Laboratório de Ciências assisti a um filme que mostrava que as mulheres são mais eficientes que os homens. Foi reunido um grupo de pessoas dos dois gêneros e foi pedido para que cada pessoa, separadamente, realizasse uma série de tarefas domésticas. A conclusão foi que, enquanto homens realizavam uma tarefa de cada vez, esperando que uma terminasse para que outra fosse começada, mulheres as realizavam simultaneamente, com um enorme ganho de rapidez e produtividade.
Um outro estudo revelou, contudo, que existem substanciais diferenças entre os hábitos de compras de homens e mulheres. Enquanto homens vão ao shopping atrás de certa compra específica, previamente decidida – e vão ao shopping apenas por isso, vale dizer –; as mulheres não têm um motivo concreto para a ida e as enormes compras são um produto direto das andanças que levam horas e longas olhadas nas vitrines, e, longe de generalizar, sem contar o rombo no cartão de crédito.
E como isso nos leva à fascinante indústria automotiva?
É simples: com algo chamado “posicionamento de mercado” de um carro, um jargão do pessoal do marketing que, em resumo, define que faixa de preço, segmento e público-alvo o carro possui em certo mercado e a ideia que quer transmitir aos consumidores. É preciso ter muito cuidado com a definição desse posicionamento, caso contrário acontecerá, dentre outras consequências, o que é chamado de canibalização de vendas. Se você for às concessionárias sem saber o que quer comprar - porque agora esses marketeiros inventam dezenas de carros com o mesmo posicionamento de mercado -, bobagens podem acontecer.
Suponhamos que um comprador, não importa o gênero, vá à uma concessionária comprar um Fiat Palio, que, equipado com os itens básicos, custa na base dos 35 mil reais. Contudo, esse é o preço do Punto, um carro de segmento superior, porém sem ser tão completo. O que fazer? Existe uma tendência natural do ser humano de escolher o que é naturalmente superior, então na maioria dos casos o Punto seria escolhido. Mas faltam alguns opcionais. Com eles, o preço infla e bate nos 43 mil reais. Mas espere, o pacote com air-bag duplo e ABS está a preço interessante. O preço sobe mais uns dois, três mil reais. Você vê meu ponto? O comprador se entusiasma e o preço vai parar nas alturas. Daqui a pouco esse consumidor vai sair com um Fiat Stilo Abarth (90 mil reais).
É preciso muito bom-senso para escolher um automóvel novo e torna-se interessante chegar na concessionária sabendo o que você quer, para não cair em conversa de vendedor. Antes de tudo, entre no site da marca, monte seu carro virtual, saiba a faixa de preço com que você está lidando. No Brasil, a canibalização (redução nas vendas de certo produto, ocasionada pelo lançamento de um novo produto com mesmo posicionamento de mercado) é muito evidente. Na VW, a linha de compactos é extensa: Fox, Gol, Polo. Na Chevrolet, os sedãs fazem a festa: Classic, Prisma, Corsa Sedan, Astra Sedan, Vectra. Todos com preços muito próximos.
Um estudo da Quatro Rodas mostrou que um Fox 1.0 completo bate nos 55 mil reais. Com esse dinheiro dá para comprar um Golf ou um Focus novo, carros infinitamente superiores, e com motor 2.0. Você pode acabar pensando que esse preço de 55 mil reais do Fox 1.0 envolve opcionais que não existem no Golf e no Focus (para acabar “justificando” esse valor estratosférico), mas não: os modelos maiores são mais equipados, mesmo. É como comprar um MP3 da 25 de Março, no qual só cabem 25 músicas e a qualidade do som é tão horrível como a dos rádios dos anos 40, pelo mesmo preço de um iPod Nano.
Pense nisso. Você até pode se empolgar na hora, mas eu já lhe digo que no mercado de usados a coisa realmente fica pior. Ou você vai dizer que algum maluco vai querer um Golf completo, por 89 mil reais, ao invés de um Jetta? Volto, assim, a repetir o mantra desse post: antes de ir às compras sem saber o que comprar, e se empolgar com o que há na vitrine, saiba de antemão seu objetivo.

3 comentários:

At 16 de fevereiro de 2009 às 17:22 Anônimo said...

Pouco a comentar, você disse tudo nesse texto em relação a organizar-se na hora de comprar algo, que como um carro, é preciso uma certa quantia de dinheiro, que não pode ser empregada de forma errada.

 
At 16 de fevereiro de 2009 às 18:37 Anônimo said...

Não faço idéia de qual será nosso próximo carro aqui em casa. Pode ser um Palio ELX 1.4 usado do modelo antigo, usado do modelo novo, um zero quilômetro, um Novo Gol 1.6, um Fox 1.6, um Corsa 1.4 (Maxx ou Premium), Um Focus Flex (Zero ou usado), um Sandero 1.6, um Polo 1.6.....

Estamos completamente perdidos. Porém, pela primeira vez oideremos escolher um carro mais pela emoçaõ que pela razão, portanto, o que for decidido, estarei contente!

 
At 18 de fevereiro de 2009 às 11:56 Ricardo Paes de Barros said...

Conselho: um focus flex, esse 1.6 que está sendo vendido a excelentes descontos, é a melhor compra daí, não acha? mas um polo 1.6 tá bom também hahahaah. e um punto?

 

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